O que você sabe sobre a síndrome das pernas inquietas?
Chegou a hora de dormir…
Você faz os seus rituais noturnos, arruma a cama, deita a cabeça no travesseiro, estica o corpo e aí pronto: bate aquela vontade incontrolável de mexer as pernas.
Sem você perceber, isso pode durar a noite toda. Cuidado! Se isso for rotina na sua vida, algo pode estar errado.
Se não é o seu caso, provavelmente você conhece alguém que sofre com esses sintomas, afinal, algumas pessoas que dividem a cama com um portador da síndrome das pernas inquietas (SPI) também têm a qualidade do sono afetada.
Quer saber mais sobre esse distúrbio e descobrir como ajudar alguém que sofre com isso? Então leia este artigo na íntegra!
Aqui, vou explicar como a síndrome se manifesta, as suas causas, tratamentos, se existe cura, como identificar… enfim, vamos passar a limpo tudo o que a ciência sabe sobre o tema e como driblá-lo para tornar possível uma noite de sono reparadora.
Afinal, o que é síndrome das pernas inquietas?
Também conhecida como doença de Willis-Ekbom (DWE), a SPI interfere não somente na hora do sono, mas em qualquer outro momento de descanso ou repouso.
Trata-se de um distúrbio neurológico que provoca um desejo incontrolável de movimentar as pernas, podendo apresentar ainda sensações de desconforto, dores, arrepios, formigamentos, pontadas, coceiras e perda de sensibilidade.
Em casos mais graves, a síndrome pode causar até mesmo a agitação motora de membros superiores.
Você pode até pensar que, se a SPI está relacionada apenas a movimentos involuntários, não deve ser muito difícil conviver com isso, certo?
ERRADO! Muito errado!
Quem sofre com a Síndrome das Pernas Inquietas, sente diretamente os reflexos de uma noite mal dormida e isso compromete a qualidade de vida do portador a curto, médio e longo prazo.
O dia seguinte é sempre marcado por muita indisposição, cansaço, irritação, sonolência, dificuldade de concentração e problemas de memória.
Além disso, fica difícil para os portadores da síndrome realizarem atividades cotidianas que nutrem uma vida social saudável, como por exemplo ir ao cinema, fazer uma viagem longa, assistir a uma peça de teatro ou a uma simples série. E por aí vai.
Quem pode desenvolver?
Por que algumas pessoas desenvolvem a SPI? Quais as causas da síndrome?
Bom, elas ainda não são muito conhecidas.
Estima-se que 30% dos casos da síndrome estejam relacionados a fatores genéticos e acredita-se que a deficiência de dopamina e de ferro em algumas áreas do cérebro estejam associadas aos movimentos involuntários e repetitivos.
Os sintomas, entretanto, podem piorar em decorrência de influências externas e hábitos ruins, como o consumo abusivo de álcool, cafeína, tabaco, entre outros.
Como identificar a síndrome das pernas inquietas?
Se for criança, observe se tem dificuldade em dormir, e quando estiver dormindo, se o faz de forma inquieta.
Lógico que mexer as pernas na cama enquanto dorme não é sinal de doença, deve-se observar se isso exagera, se vai além do normal.
Se isso ocorrer, leve a criança ao pediatra para uma melhor avaliação. Nem sempre um sono ruim é sinal da síndrome das pernas inquietas, podem ser outros fatores que serão avaliados.
Se for idoso, leve-o ao médico geriatra para que possa descartar possíveis doenças degenerativas, como Parkinson por exemplo, ou até mesmo perdas das faculdades mentais.
Lembre-se! Queixas e agitação por parte do idoso não necessariamente é sinônimo da SPI.
E como faço para tratar?
Primeiramente é bom saber que muitas pessoas convivem com a síndrome das pernas inquietas, sem sequer saber que possuem a enfermidade. Isso, pelo simples fato de que os sintomas não as incomoda.
Se os sintomas tornam a vida desgastante pela noite mal dormida ou convívio social, de fato esse é o momento para buscar tratamento.
E qual seria o tratamento então?
Em muitos casos, como a doença pode estar relacionada à falta de ferro, um tratamento eficaz contra anemia ou até mesmo contra neuropatia pode solucionar os sintomas.
Caso o problema não seja este, existem algumas pequenas mudanças de hábitos que podem amenizar os sintomas.
Se não houver condição associada ao quadro de síndrome das pernas inquietas, existem tratamentos focados em mudanças de hábitos ou medicamentos.
O tratamento pode ser:
[1] Através de massagens e banhos mornos para relaxar a musculatura periférica; [2] Reduzir ou eliminar o consumo de alimentos que contenham cafeína, como refrigerantes, chocolates, energéticos e lógico o próprio café; [3] Exercícios que envolvem alongamento muscular, dentre outros.Mas doutor, posso tratar com medicamentos?
É importante frisar que medicamento, seja para o tratamento que for, somente sob orientação médica. A diferença entre o veneno e o remédio é apenas a dosagem.
Neste momento, não existe no mercado uma medicação específica para Síndrome de Pernas Inquietas.
Porém, o tratamento medicamentoso para casos mais leves é feito à base do uso de benzodiazepínicos, que são remédios indutores do sono e relaxante muscular.
Para casos mais graves são utilizados medicamentos que estimulam os receptores de dopamina, como o pramipexole e o ropinele.
Para pessoas que fazem o uso regular de antidepressivos e antipsicóticos, os sintomas podem piorar com o passar do tempo. Então é muito importante que informe esse fato ao seu médico.
É possível ter uma vida normal mesmo com a Síndrome de Pernas Inquietas?
Claro! Como dito anteriormente, muitas pessoas possuem a SPI e não sabem, pois é em grau leve. Outras têm graus mais elevados e precisam de acompanhamento um pouco mais rigoroso.
Porém, em ambos os casos, a pessoa levará uma vida normal. O que acontece em alguns casos é que devido a noites mal dormidas, a pessoa apresenta um quadro de insônia.
A insônia provocada pelos movimentos repetitivos da perna, pode desencadear um quadro de depressão. Por isso, que uma das chaves fundamentais é ter uma boa noite de sono.
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